quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Filhos, Não escravos (Diretrizes do crescimento pela Graça)



Muitos se sentem como se tivessem sido criados no Antigo Testamento. Imaginando o Deus por tras das tabuas dos dez mandamentos, observando se alguém cometeria algum tipo de pecado. Sabem que são salvos por que Jesus morreu na cruz para perdoar nossos pecados, porém em suas vidas, põem mais ênfase na lei e olham pouco para Cristo. Assim estão vivendo um “judaísmo” do Antigo Testamento, colocando Cristo em segundo plano, como uma sombra atrás da lei.
O conceito que deve ser expresso trata-se de que Cristo esta em primeiro plano, não descartamos a lei como um guia para saber a vontade de Deus, porém, as Tabuas da lei estão por trás da Cruz. Agora focalizamos nossas vidas a sombra de Jesus Cristo.


Devemos aprender como crescer corretamente na Graça. É certo que não há respostas fáceis, e passamos a inteira aprendendo mais acerta disto. Não obstante, quero apresentar quatro diretrizes importantes:

A. Usar os Meios de Graça
Obviamente, devemos usar os meios que Deus nos tem dado: a Palavra, a Oração, a fraternidade cristã, e os sacramentos. Se não usamos estas ferramentas, estamos perdendo muitas bênçãos, simplesmente por não fazer uso de algo que possuímos.
Às vezes nos queixamos de que avançamos lentamente em nossa santificação, quando nem sequer estamos aceitando ajuda que o Senhor nos tem dado. Se não estamos orando e estudando a Palavra, se não estamos participando da Igreja e da comunhão com os irmãos. Se não temos sido batizados e não estamos participando da santa ceia, não devemos surpreendermos se isto não estamos crescendo.
Porém isto não é tudo. Como vimos no capitulo anterior, é possível usar as ferramentas, sem crescer, se nossa atitude não está correta.

B. Praticar o Arrependimento
O primeiro passo para uma atitude correta é a honestidade, especialmente consigo mesmo. Teremos que deixar os enganos, de pensar que temos falhado com a santidade, sonhar que falta um pouquinho de trabalho para alcançar uma grande estatura espiritual. A verdade é que estamos muito longe da meta de ser semelhantes a Cristo. Somos egocêntricos, receosos, medrosos, impuros e arrogantes.
Romanos 12.3
Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
A (Grande Mentira) de pensar que estamos bem se forma assim: a) Quando somos crianças, não recebemos o amor incondicional, nem de nossos pais, porque nada é perfeito; b) Somos levados a crer que devemos ser de certa maneira, ou que devemos almejar certas coisas, para ser amados; c) Construímos uma imagem ideal de que queremos ser, para ser amados; d) Somos levados a crer que somos assim realmente, porque desejamos tanto ser amados, e não queremos sentir a dor do desprezo.
O problema é que assim não enfrentamos nossos verdadeiros problemas, e portanto, não os solucionamos tampouco. Deus deseja a honestidade no mais profundo do coração. Isto se chama integridade. O Salmo 51.6 diz, Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. O salmo 32 explica io que sucede quando não reconhecemos nosso pecado:
“Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio.” (VS.3-4).
É um peso insuportável!
Por outro lado, quando confessamos nossos pecados, há um alivio e gozo:
Salmo 32.1-2, 5
“Bem- aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem- aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”.
Devemos praticar o arrependimento diariamente, porque pecamos diariamente, em nossas atitudes, nossos motivos, pensamentos, e ações. Os piores pecados são os interiores, como a arrogância, a vingança, o ressentimento, e o egocentrismo.
O apostolo Paulo pensava que ele estava bem, até entender o décimo mandamento, que tem a ver com uma atitude conhecida. Em Romanos 7, explica o processo do arrependimento. Se da conta que existe algo em que não pode controlar, uma força negativa que não pode dominar, e conclui que é o pecado. Termina clamando ao Senhor, pedindo sua ajuda. (Romanos 7.19-25).
Quanto maior for nosso pecado, maior será ver a Cristo:
Menor ————————————— Maior

Reconhecimento do Pecado


O arrependimento não significa fazer penitencia, nem fazer nada para ganhar nosso perdão. O perdão é grátis. O arrependimento é simplesmente reconhecer nosso pecado e pedir perdão. É um meio de volta a Cristo. É uma mudança de atitude. (1João 1.8-10).
É lindíssima a figura de Jesus lavando os pés de seus discípulos em João 13. Normalmente, refere-se a esta passagem para falar de serviço, e por pressuposto é uma das aplicações mais importantes. Não obstante, creio que o ponto central é o perdão. O lavamento simboliza o maior serviço que podemos oferecer: perdoar a alguém que nos tem ofendido. Quando Pedro questionou este serviço, Jesus insistiu. Porém quando Pedro pediu que lavasse o corpo inteiro, Jesus disse que eles estavam limpos, porém nem todos. Conclui-se que estava falando da limpeza do perdão. Judas não teria esse perdão, porque não cria em Jesus Cristo. Pensando neste significado, é envolvente a atitude de Jesus: quando Pedro aceita Seu serviço, ele insistiu. Isto significa que ele realmente deseja perdoar-nos. Em sua Grande misericórdia, ele sente prazer em perdoar! Quando reconhecemos o mais profundo de nossos pecados, também devemos reconhecer a grandeza de sua graça.

C. Manter os olhos em Cristo
Para crescer espiritualmente, devemos fixar nossos olhos em Cristo, quem nos tem dado fé e quem aumenta nossa fé. Quando colocarmos nossos olhos nele, passaremos a conhecê-lo. Se tivermos olhos em outros, ou se fixarmos a atenção nos outros tropeçaremos. (Hebreus 12.1-2; 2 Coríntios 3.18).
Manter a vista no Senhor Significa depender totalmente dEle para nossa santidade. Usamos os meios de graça, por confiarmos em sua eficácia. Jesus ensina em João 15 que sem Ele não podemos fazer nada, porém se permanecermos nEle, daremos muitos frutos. (João 15.5).
Devemos viver como um homem, que tem uma mangueira de oxigênio conectada em cada momento, e não como um homem que usa pequenos tanques usados de vez em quando, tendo que ir buscar mais. Nossa dependência do Senhor é continua. Assim poderemos nadar em águas mais profundas também.

D. Viver como filhos de Deus, não como escravos
Outro aspecto importante de nossa atitude é que devemos lembrar que somos filhos, e não escravos. (Romanos 8.14,15).
Um escravo sente que é propriedade de seu amo, e que não é amado, mas um filho sente que pertence a uma família, e que estes o ama. Um escravo não se parece com o seu dono, mas um filho se parece com seu pai. Um escravo não espera herdar nada, porém um filho espera receber todas as possessões de sua família. Um escravo não tem o privilegio de assentar-se e falar com seu amo em qualquer momento, mas um filho sempre conta com a boa recepção de seu pai. Quando um amo castiga um escravo, é simplesmente para corrigir sua conduta, mas quando um pai disciplina a seu filho, o faz porque o ama, e porque está pensando em seu bem. (Hebreus 12.6).
Como filhos de Deus, confiamos em que Ele vai encaminhar tudo para o nosso bem. Como filhos, queremos obedecer por amor, não por temor. Teremos gozo em nossa relação com Deus, e não estamos simplesmente tratando de cumprir nosso dever com uma atitude amarga e ressentida. Como filhos, nossa santificação vem (de dentro para fora), e não de fora para dentro.
Agostinho disse: “ama e faz o que queres”. A primeira vista, isto parece terrivelmente equivocado. No obstante, analisando bem, em certo sentido ele tem razão. O que falta é explicar que tendo sido regenerados, temos experimentado uma mudança em nossa vontade, e agora o que queremos realmente é cumprir a vontade de Deus. Assim, em alguns momentos que nos atrai a tentação, teremos o desejo de pecar. Porém, o mais profundo de nosso coração, está no desejo de encontrar o Senhor. (Romanos 7.22).
Devemos nos pautar e entender nossa relação para com Deus: somos filhos pródigos que temos que voltar para casa. Nos separamos de Deus, vivendo entre (os imundos) na lama, comendo restos. Porém, nosso Pai celestial estava nos esperando e correu para nos receber com seus braços abertos. Agora estamos em casa, e devemos viver como filhos.

O ESSENCIAL

Somos Filhos, Não escravos.

Fortalecendo sua Fé
Richard B. Ramsay
(tradução Pedro Vitalino)

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