quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

PROVADOS E APROVADOS: O Propósito da Fornalha Divina


Tiago 1.1-4
O nome Tiago era comum no tempo bíblico. Provavelmente o Tiago desta epístola é o meio-irmão de Jesus, não o apóstolo que morreu no início da era cristã. João nos fala que os irmãos de Jesus não criam nele (Jo 7.5), daí Tiago se incluir entre os regenerados: “segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade.” (1.18). O que tudo indica, portanto, é que Tiago era um judeu não convertido, que conheceu o Evangelho posteriormente. Tiago foi reconhecido por Paulo como uma das colunas da igreja (Gl 1.19; 2.9), ele pronunciou-se com firmeza no Concílio de Jerusalém (At 15.13; 21.18). Agostinho, Eusébio, e outros pais da igreja confirmam a autoria de Tiago, irmão de Jesus.

Ele escreve às doze tribos da Dispersão, referindo-se, provavelmente, aos judeus dispersos, e isto além dos limites de Israel. Parece que Tiago contempla uma comunidade específica, visto tratar de alguns problemas específicos na sua carta. Ele se coloca como servo (escravo) o que é interessante, pois não se coloca como o irmão de Jesus, mas o escravo de Cristo. Os irmãos a quem se dirige eram provados nas aflições da vida, pobres e humilhados, difamados. Cabe uma exortação para suportar as aflições sem reclamar de Deus, esperando e orando pacientemente como fez Jó. Na aflição devemos nos alegrar. Quando caímos subitamente em uma aflição devemos lembrar que o próprio Deus está trabalhando o nosso caráter. A provação (teste) é para o nosso bem. Deus visa a nossa aprovação, e não reprovação. A provação atingindo a sua plena operação produz perseverança, seremos constantemente firmes no nosso propósito cristão.

Provados, perseverantes, perfeitos e íntegros em nada deficientes. Perfeito não significa sem pecado, mas maduro. Íntegros, pois seremos completos em virtudes, não faltosos, nem deficientes. Esta alegria não se refere a passar pelas provas rindo, pulando e dizendo três vezes: “A alegria do Senhor é a nossa força”. Como se fosse uma frase mágica, que quando citada tudo passa. Não. Haverá choro e dor, mas na dor devemos contemplar o supremo propósito da aflição: o amadurecimento. Chorar sem reclamar e agüentar as aflições faz parte da autentica vida cristã, de um soldado valente e forte. Esta é a experiência de quem a ama a Palavra do Senhor, de quem ama o seu Deus: “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra ( ...) Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos.” (Sl 119.67, 71)

É o caso de Jó, depois da aflição “abençoou o SENHOR o último estado de Jó mais do que o primeiro.” (Jó 42.12). É o caso do nosso Senhor Jesus, depois de moído, transpassado, dando a sua vida como oferta pelo pecado dos eleitos de Deus “verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito” (Is 53.11), verá que a sua obra sacrificial justificará a muitos. Depois do Getsemani, o Calvário, depois do Calvário a Glória. Assim será conosco, depois do servo de Deus ser provado e aprovado “receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” (Tg 1.12)

Bel. Antonio Carlos


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